Sabe aquele momento que precede á entrada da noiva, onde trompetes tocam uma música triunfante de aproximadamente 1 minuto, antes de efetivamente a música de entrada da noiva começar, a porta se abrir e a noiva entrar linda e deslumbrante? Pois é, isso é a Clarinada de Casamento, ou comumente chamada também de Clarinada da Noiva.
As clarinadas nasceram provenientes das fanfarras, nome dado antigamente para os toques de clarins e trompas que eram feitos há muito tempo por músicos pelas ruas e calçadas por onde pessoas normais passavam. Era comum em finais de semana, em tom festivo e descompromissado. Um passatempo para os músicos.
Com o tempo, a clarinada foi estendida também para as bandas marciais de todo o mundo, em acompanhamentos de cortejos e desfiles cívicos e durante o regimento da cavalaria no momento em que alguma autoridade, como por exemplo um Papa, reis, rainhas, imperadores e outros, chegassem a um determinado local.
Um dia alguém (com certeza uma noiva) teve a ideia de utilizar a clarinada em sua celebração de casamento, talvez inspirada pelos casamentos reais, onde a clarinada é tocada no momento da entrada da rainha como noiva.
Desde então, 9 entre 10 noivas ouvem os trompetes em suas cabecinhas ao pensar em casamento!
Banda Real Britânica tocando clarinada na comemoração do Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II em 2012.
As clarinadas têm esse nome pois antigamente eram tocadas por Clarins, mas atualmente são os Trompetes Triunfais (um trompete mais alongado, geralmente enfeitado com uma bandeira decorativa) que dão vida á clarinada. Muitas vezes os trompetes triunfais são acompanhados por Trombones, instrumentos de som mais grave, que imprimem uma característica ainda mais triunfal á música.
Trompete Triunfal sendo tocado em casamento
São muitas as clarinadas pelo mundo, mas 10 delas se tornaram especialmente famosas por serem as mais escolhidas das noivas para suas entradas pelo tapete. Vamos conhece-las:
1 – Clarinada de Mahler
A clarinada de Mahler é um trecho extraído da 1a sinfonia de Gustav Mahler, também conhecida como Titã, composta entre 1884 e 1888.
A fonte de inspiração para o compositor foi o livro homônimo do escritor Jean Paul Richter, obra literária que narra a trajetória de um herói que conta apenas com sua retidão moral frente à corrupção do mundo.
2 – Clarinada da Rainha Elizabeth
De compositor e história desconhecidas, dizem ser a clarinada tocada no casamento da rainha Elizabeth.
3 – Tannhäuser (Richard Wagner)
Trecho extraído de uma ópera de Wagner que conta a história do trovador Tannhäuser, que foi atraído pela deusa Vênus para o monte Wartburg, como cativo para seu próprio deleite. Tannhäuser no começo gosta e se sente feliz com o amor puramente carnal da deusa, mas depois de um tempo quer voltar pra casa e para Elizabeth, a moça que enamorava. Com a ajuda da Virgem Maria, Tannhäuser consegue escapar da deusa e volta para sua terra, onde encontra Elizabeth triste com seu sumiço.
O pai da moça havia agendado um torneio, onde o vencedor se casaria com ela. Antes do torneio Tannhäuser tenta fazer os outros competidores irem ao monte Wartburg, assim seriam atraídos pela Venus e não voltariam para competir. Eles se interessam na viagem e pedem para Tannhäuser lhes mostrar o caminho. Alguns voltam pra casa, e entre os que voltam Elizabeth não encontra Tannhäuser. Ela fica triste, morre de tristeza e quando Tannhäuser volta, encontra seu funeral.
Uma ópera que tem como questão central o amor carnal versus o amor puro.
4 – Aida (Giuseppe Verdi)
Aida é uma das óperas mais populares do compositor italiano Giuseppe Verdi.
Esta ópera explora o drama da guerra na vida e no amor.
A ação desenrola-se no Egito, no tempo dos faraós. Os egípcios invadiram a Etiópia. A bela princesa etíope Aida ficou prisioneira e escrava da princesa egípcia Amneris. Amonasro, rei da Etiópia e pai de Aida, organizou as tropas numa tentativa de libertar sua filha e o seu povo.
No templo egipcio, os sacerdotes elegem Radamés, um soldado apaixonado pela prisioneira Aida, como general da armada egípcia. Aida também gosta dele, e mesmo estando em lados opostos da história, ela deseja que ele não morra na guerra, mesmo sabendo que ele vai lutar contra seu pai.
Um mensageiro informa que Radamés venceu armada etíope. Amneris, a princesa rival de Aida, aproveita o momento para colocar à prova o amor de sua escrava por Radamés, dizendo-lhe que este morreu em combate. Aida mostra de imediato a sua dor. Amneris revela-lhe a sua mentira e diz-lhe que também ela ama Radamés e que perante uma princesa, uma escrava não tem qualquer chance.
Aida reconhece o seu pai, rei da Etiópia, na fila dos prisioneiros de guerra.
Radamés como recompensa pela vitória deseja que os prisioneiros etíopes sejam libertados. O rei da Etiopia hesita, mas acaba por atender. Depois oferece-lhe a mão da princesa Amneris prometendo-lhe no futuro o reino do Egito. Aida perde toda a esperança.
Aida e Radamés combinam um ultimo encontro e esta tenta convence-lo a fugir com ela. Ele concorda mas Amneris surge e declara a traição de Radamés, que mesmo assim a impede de ser apunhalada pelo pai de Aida. Pai e filha conseguem fugir. Radamés é preso e condenado à morte. Será enterrado vivo.
Quando este chega ao túmulo encontra a sua amada Aida que regressou para morrerem nos braços um do outro.
A clarinada está nos primeiros 55 segundos do video:
5 – Clarins de Roma (Max Steiner)
Autoria frequentemente confundida com Verdi.
Composta em 1962 para o filme Rome Adventure, em português: Candelabro Italiano.
A letra da musica pode ser vista neste link.
6 – Also Sprach Zarathustra (Richard Strauss)
Poema sinfônico composto por Richard Strauss em 1896 inspirado no tratado filosófico de Friedrich Nietzsche.
A introdução ficou mundialmente conhecida por ter sido usada na trilha sonora do filme 2001: Uma odisseia no espaço.
É uma grande obra filosófica que condena a moralidade do cristianismo e a realidade da sociedade anunciando o supra-homem, que é considerado alguém superior, capaz de colocar-se acima dos outros e criar seus próprios valores. A história se trata de Zaratustra, um sábio que aos 30 anos resolveu se isolar durante quase 10 anos nas montanhas até que em uma manha ensolarada ele resolveu sair de casa para compartilhar a sua sabedoria com a humanidade.
Interessante como uma obra que condena a moralidade do cristianismo é tão tocada nas igrejas durante os casamentos, uma vez que essa clarinada é, de longe, a mais escolhida das noivas!
Abaixo a cena do filme que a fez mundialmente famosa:
7 – A Viagem ao Centro da Terra (Rick Wakeman)
Journey to the Centre of the Earth é o título do terceiro álbum do tecladista Rick Wakeman. Lançado em 1974, é uma adaptação livre baseada na novela Viagem ao Centro da Terra, do escritor francês Júlio Verne.
A gravação do disco foi realizada ao vivo no Royal Festival Hall, em Londres, Inglaterra, no dia 18 de janeiro de 1974.
8 – Prince of Denmark’s March (Jeremiah Clarke)
Também conhecida como Trumpet Voluntary – comumente atribuida a Henri Purcell, de forma errada. Ficou famosa em casamentos depois de ser usada na cerimônia de Charles, Principe de Gales, e Lady Diana Spencer na entrada da noiva.
9 – Trumpet Tune (Jeremiah Clarke)
Da semi-ópera The Island Princess. Ficou famosa em casamentos, pois foi tocada também na cerimônia de casamento de Charles, Principe de Gales, e Lady Diana Spencer, dessa vez na entrada do noivo.
10- Alla Hornpipe (George Frideric Händel)
Alla Hornpipe é um trecho extraído da composição Water Music, composta por Händel a pedido do rei George I da Inglaterra em 1717, para um concerto no rio Tâmisa.
Os músicos tocaram em um barco, enquanto que a familia real e alguns selecionados convidados assistiam em outro barco próximo. Dizem que o rei gostou tanto da música, que pediu para ser repetida 3 vezes.
Interessante saber um pouco da história das músicas, né?
Ah, não deixe também de checar as 10 músicas clássicas mais tocadas em casamentos!!
Fonte de pesquisa: abdalan.wordpress.com
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2 comentários em “As 10 Clarinadas de Casamento mais famosas e suas histórias.”